quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

o jogo começou, mas as cartas ainda estào na manga

Alguns clubes brasileiros comovidos (ou, quem sabe, contratados) pela dona do futebol brasileiro associada à CBF, agem para implodir o chamado clube dos treze. Organização esta que serve para muito pouco, mas que no caso específico da nova realidade quanto aos direitos de transmissão do campeonato brasileiro poderia influenciar o nescedouro de uma nova estrutura liberta do poder opressor e corruptor da acima citada dona do nosso futebol. Implodindo o clube dos treze estarão abrindo as portas para que a determinação do CADE que acabou com o monopolio vire fumaça. Se alguém algum dia ouviu falar de insurreição, falsidade ideológica ou algo comum a estas atitudes saiba que este é O caso. Caso nada se faça contra esta anomalia, o direito brasileiro estará mais em cheque do que já está. Talvez um cheque-mate? Flamengo, Corinthians e outros jogam para que o monopolio continue. E burros como são receberão muito menos do que valem, porém alguns individuos receberão muito mais do que valem suas palavras.     

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Direito de resposta!


Carta Capital, 19 de janeiro de 2011
Sócrates
Direito de resposta.

Devido a alguns comentários raivosos em relação ao texto publicado na primeira semana deste ano (guerra e paz), resolvi comentá-lo. E começo pelo fim: Se transformarmos os objetivos políticos em econômicos e sociais (literalmente: em 1936 tentou-se esconder o genocídio; aqui tentaremos esconder problemas sociais e econômicos; a comparação de ideologia política em momento algum foi colocada; até porque seria absurda) poderemos muito bem imaginar o que deverá acontecer em nosso país em 2016.
Guerra fria, guerra dos seis dias, guerra sangrenta, etc. Existe toda sorte de adjetivos para caracterizar a mais absurda das ações humanas (ou será que alguém discorda?). Mas as guerras nem sempre são fruto de determinações destemperadas geradas em mentes insanas (às vezes os motivos são puramente imperialistas e/ou militaristas como a nossa ditadura). Eu sei, eu sei que este tipo de análise jamais provocaria um sentimento, digamos, contemporizador na cabeça da maior parte dos cérebros privilegiados. Às vezes utilizamos este termo para definirmos uma forma de atingirmos, ou de uma sociedade construir, uma nova ordem que restabeleça uma relação mais sã entre seus constituintes. Por si só já está implícito, neste ponto, um gigantesco conflito. Talvez devêssemos encontrar uma forma mais pura e palatável para exprimirmo-nos. Seria muito melhor. Infelizmente nossas limitações nos empurram para contrastes nem sempre fáceis de entender (um passeio pelo que compreendo como o pulsar humano)......
Mas guerra é guerra. Existe até guerra santa! Sempre há uma causa e um ideal ainda que desumano. E tudo em círculo, sempre vicioso. Napoleão em sua excentricidade queria tudo. Queria o mundo. E bateu-se com o Czar russo. Lá, no norte do planeta, existiam muitas das maiores reservas de petróleo e grãos. No entanto, como Tolstoi nos mostrou em “Guerra e Paz” foi por motivo menor que a guerra acabou sendo proclamada. Napoleão se negou a retirar suas tropas quando instado a isso.  (recordação histórica)
Já os alemães saíram desolados de uma grande guerra para entrar em outra; bem pior. Levaram ao poder o homem que pregava contra o tratado de Versalhes, solução encontrada para a busca da paz na Europa e contra o povo judeu. Defendia a pureza da raça ariana. Os nazistas queriam acabar com os judeus que tentam exterminar os palestinos que sonham destruir a América que ajudou a derrubar Hitler. Desculpem, não tenho nada contra nenhum destes povos. Até porque estas decisões sempre foram de gabinete, estimuladas por interesses específicos e executadas por tristes soldados que nem sempre sabem o porquê (outro passeio histórico).
A mesma Alemanha foi escolhida para sediar os XI jogos olímpicos em 1936 em plena realidade nazista tendo Adolf Hitler à frente. Queria-se mostrar ao mundo o crescimento do país e esconder suas mazelas (eventos deste porte são o mais das vezes utilizados para maquiar alguma coisa). Talvez em alguns aspectos (percebam o cuidado com o “talvez”) vejamos semelhanças com o que ocorrerá no Rio de Janeiro em 2016. Tudo foi feito para causar a melhor impressão possível. (ou aqui será diferente?) A Vila Olímpica construída era impressionante: 140 casas em meio a um bosque emolduradas por um lago onde cisnes nadavam suavemente. O momento era propicio para que Hitler pudesse divulgar os princípios nazistas e tentar justificar-se sobre o que falavam em relação ao tratamento dado ao povo judeu. Assim, toda e qualquer alusão a judeus alemães ou visitantes foi evitada tanto pela imprensa como pelo próprio regime durante a realização dos jogos (deveremos em 2016 ver algo parecido com a ECO 92 onde tivemos que mobilizar o exército para controlar os problemas da cidade). Berlim foi praticamente restaurada em seus principais pontos maquiando-se assim a realidade que existia até ali. Quando do pleito alemão para sediar os jogos haviam garantido que os judeus não seriam excluídos do time olímpico alemão, conseguindo com isso varias adesões que culminaram com a escolha de sua capital. O objetivo era claro: sublinhar de maneira impressionante a propaganda alemã de superioridade da raça ariana (outra viagem pela história real).
Agora me digam onde foi que comparei o regime nazista com a realidade brasileira. Se fossem quarenta anos atrás, até que teria alguma lógica, mas hoje? Para quem não leu e não entendeu o comum aqui é que Berlim fez uma olimpíada e nós poderemos ter a de 2016. E como lá, aqui esconderemos nossos problemas para debaixo do tapete (cuidado, é só uma inofensiva metáfora!); o pior cego é aquele que não quer LER.



Exclusividade

Carta Capital, 16 de fevereiro de 2011
Sócrates
Exclusividade.

Não sei como é agora, mas provavelmente pouca coisa deve ter se modificado de lá para cá. Quando estive vivendo na Itália, algo que me chamou a atenção foi o destaque que a mídia dava a praticamente todos os esportes e não só ao futebol ainda que este fosse o mais popular. Em cada edição jornalística tomávamos conhecimento do que acontecia no pólo aquático, nos esportes de inverno, no ciclismo, nas lutas, na esgrima e por aí em diante. Esta cultura que não privilegia uma determinada especialização desportiva traz grandes vantagens para determinada sociedade. Todos nós sabemos dos benefícios que o esporte, em particular os coletivos, nos oferece como a possibilidade de socialização das crianças ainda em tenra idade, no desenvolvimento psíquico e físico e na promoção de saúde além de ser uma importante ferramenta educativa em todos os sentidos. Pois quando uma nação divulga, estimula, e promove a prática de vários tipos de esporte ela está possibilitando a que cada cidadão possa encontrar com mais facilidade algum em que se reconheça, tenha afinidade e algum talento para seu exercício. Assim, esta mesma sociedade estará utilizando em sua plenitude os benefícios do esporte, pois a imensa maioria dos seus estará praticando algum tipo de atividade física.
Esta semana li uma história que muito diz desta realidade nacional. A história de Tim Mazzetti é igual a de muitos brasileiros ou não. Em um período que muito se discute as nacionalizações em vários esportes para que atletas possam disputar uma olimpíada ou um mundial, poderíamos imaginar que este americano que aportou por aqui aos dois anos de idade com sua família que para cá veio trabalhar e no Brasil ficou por muitos anos e só retornou ao seu país de origem para estudar e jogar futebol americano na faculdade para posteriormente se tornar profissional de muito sucesso, um dia pudesse defender nossas cores em um suposto campeonato mundial desta modalidade; caso este esporte fosse tratado como qualquer outro e divulgado como se faz em outros países. O mesmo se deu com uma menina filha de pais coreanos chamada Ângela Parker que hoje faz parte do circuito mundial de golfe e que compete sob a bandeira brasileira o que seria motivo de orgulho dos brasileiros caso alguém por estas plagas tomasse ciência. Infelizmente só mesmo os praticantes deste esporte e que não são poucos devem saber disso.
Tudo isso gera um desinteresse por outros esportes que não o futebol quando poderíamos ter milhares de praticantes naqueles menos badalados o que só nos engrandeceria em todos os aspectos. No pólo aquático, por exemplo, há ou houve uma excelente iniciativa na periferia de Santos utilizando-se uma piscina pública que estava abandonada e que frutificou rendendo além de lazer e atividade física para os moradores do local alguns excelentes atletas que chegaram até a defender a seleção brasileira da modalidade. Será que não existem brasileiros que se interessam por outros esportes? Será?   

Final de carreira.

Final de carreira. Hora de por a cabeça no lugar, dar um tempo, pensar bastante para não fazer bobagem. Se durante toda a carreira esportiva choviam ofertas de esplendidos negócios, caiam dos céus inúmeros profissionais para se oferecerem como sócios de discutíveis empreendimentos dos mais diversos, agora isso pode se multiplicar. Hora de no mínimo se qualificar para administrar bem o que foi conquistado durante os anos anteriores para que não dilapidem o patrimônio. Hora de ter paciência e bom senso na definição do quê e para que fazer. Buscar ler muito, estudar alguma coisa, se possível uma universidade onde encontrará juventude, conhecimento e informação que farão com que se sinta mais seguro nos passos que dará dali em diante.
Hora de se adaptar a uma nova situação social, novas rotinas de vida, algo mais real, mais humano, mas nem por isso menos importante. Hora de esquecer o personagem que encarnou ou pelo menos não mais dele depender no cotidiano. As portas que antes sempre estiveram abertas gradativamente vão se fechando caso não apresente qualificação suficiente para ultrapassá-las. A dependência sempre será em relação à sua importância social e não será a eventual riqueza adquirida; esta jamais comprará este passaporte e sim a representatividade que poderá conquistar com as novas empreitadas. Amigos serão os que disserem “bem-vindo ao mundo dos humanos” e oferecerem colo quando necessário. 

O Corinthians é diferente.

Carta Capital, 09 de fevereiro de 2011
Sócrates

O Corinthians é diferente.

Jogar no Corinthians é diferente. Não é como uma paixão adolescente descartável tanto quanto as certezas que possuíamos naquele período. É amor inconteste, é a alma gêmea com a qual sonhamos desde que a testosterona toma conta do nosso ser. Jogar no Corinthians é respeitar uma cultura, uma povo, uma nação. É ter em conta que em cada segundo de nossas vidas que ali estamos é para servir a uma causa e não para dela usufruir. Jogar no Corinthians é como ser convocado para a guerra por mais irracional que ela seja; e jamais duvidar que ela é a mais importante de todas as que existiram. Jogar no Corinthians é ser sempre chamado a pensar como Marx, lutar como Napoleão, rezar como o Dalai Lama, doar a vida a uma causa como Mandela e chorar como uma criança. Chorar de puros sentimentos daqueles que arrepiam ao simples tocar da pele; chorar de raiva inexplicável quando sabemos que somos mais fracos e impotentes. Jogar no Corinthians é sermos como todos os que nos assistem, é sentir a dor lancinante de estar longe dos que amamos, é ter certeza que ali, em campo, representamos muitos que lutam cada segundo para sobreviver no mais inóspito mundo onde são a todo o momento agredidos, massacrados e cuspidos naquilo que imaginamos seja o que é viver.
Jogar no Corinthians é ter coragem de enfrentar a massa, de colocar a cara para debater, discutir e explicar. Jogar no Corinthians não cabe passeio, não cabe relax, não deixa dormir. É uma honra infinita e como tal exige respostas, exclama respeito e compromisso. Jogar no Corinthians é saber o que é ser brasileiro, é por um teto no teto do mundo sem saber se amanhã seus filhos estarão vivos, é alimentar uma família e a si mesmo com um mísero tostão, é andar horas, séculos, milênios em vagões imundos e porcos sem que uma única voz se levante para nos proteger ou ao menos nos defender. Jogar no Corinthians é ir ao banheiro mais sujo do mundo por amor a uma bandeira.
Jogar no Corinthians não permite fugas, esconderijos, falsidades. É necessário ter coragem de representar o que de mais rico nós temos e de apresentar mais que atestado de bons antecedentes uma declaração de que a honraria é válida ainda que por poucas semanas. Jogar no Corinthians não é suar só a camisa; é sangrar até a morte; é parar de respirar quando uma derrota nos derruba sem direito a desfibrilador algum; é nunca rir da desgraça que provocamos (até porque jamais saberemos o tamanho dela).
Jogar no Corinthians é colocar alma e coração antes do bolso ou do futuro; e colar o supercílio com uma cola qualquer quando ele se mete a chorar de dor vermelha como o timão que carregamos no peito. Jogar no Corinthians é adormecer com o filho querido; é sentir o pulsar de seu pequeno coração, é abreviar a dor quando ela se estabelece; é saber o que é sociedade no pleno sentido da palavra.
Espera-se de quem joga no Corinthians uma postura altaneira e respeitosa; uma correção de conduta em relação aos anseios do povo que lá os coloca, endeusa, acaricia e tudo lhes dá para que possam retribuir na única coisa que ele pode exigir nesta pátria que cria tantos párias para que sirvam de mocambos de poucos e que nada mais podem pretender. Jogar no Corinthians exige um sentimento de brasilidade, de reconhecimento da extrema miscigenação existente nas arquibancadas, em cada mesa de bar, nos ônibus lotados de suor e sofrimento para que se consiga responder às questões básicas colocadas na camisa alvinegra. Ser corintiano é, como disse o extraordinário Toquinho, “ser um pouco mais brasileiro”. Eu, por outro lado, digo: negro e branco construindo uma nação. Nada se compara ao Corinthians nesta terra chamada Brasil. Aqui japoneses, árabes, mongóis, siberianos, italianos, bolivianos—além dos nordestinos--e até originários de Estados rivais se irmanam, dão-se as mãos, sofrem em comunhão e gritam em êxtase a cada vitória por menos importante que seja como se cada vizinho fosse mais que irmão, que pai, que mãe; ou quem sabe ele seja realmente um representante de suas famílias distantes ou ausentes inventando uma nova e substituta, formando uma gigantesca rede de genomas humanos com o mesmo DNA. Muitos não entendem a reação da torcida, mas é a que conhece. Antigamente se jogavam ovos e tomates nas péssimas apresentações artísticas. Hoje jogam pedras, não nos artistas, e sim na falta de verdade na relação existente. E na instituição protegida pela armadura de um ou mais veículos e de uma guarda policial.            

Línguas e balaios!

Carta Capital, 21 de fevereiro de 2011
Sócrates
Línguas e balaios.

O futebol me ofereceu várias e importantes oportunidades. Convivi com a realidade social do meu país, curti seis anos de Corinthians que significam séculos de representatividade do meu povo e conheci todos os continentes além (o que é melhor!) de grande parte do Brasil e de suas inúmeras expressões sócio-culturais e políticas. Aprendi muito com estas experiências e espero que esteja respondendo adequadamente à responsabilidade de portar esta gama de conhecimento que me foi ofertada.
Porém devo confessar que sou um péssimo viajante apesar de adorar encontrar pessoas das mais diversas e com elas trocar energias e produto encefálico. Detesto qualquer ambiente desconhecido não pelo simples fato dele não ter estado ao meu alcance até então e sim por uma paúra inexplicável que carrego desde que me conheço por gente como se só o que fosse parecido com o útero materno me confortasse.
Além disso, tenho uma dificuldade intransponível com as diversas línguas que convivo. Invariavelmente misturo tudo no mesmo balaio o que geralmente torna impossível que alguém menos disponível a me escutar possa entender. Ainda não encontrei a razão para esta dificuldade já que domino o espanhol, estudei francês, entendo tudo do inglês e o leio com facilidade, vivi na Itália por um ano e em pouco tempo já pensava na língua deles o que faço até hoje com naturalidade. Entretanto, todas elas estão na mesma gaveta cerebral e é como se fossem milhares de peças que podem e devem se encaixar, porém com um manuseador que é um baita de um incompetente apesar de esforçado.  
Mas isso não me impede ou impediu de vasculhar cada cantinho dos locais que eu pude ou posso visitar. Principalmente quando me sinto impelido a acreditar que por lá passarei muito tempo. E foi o que ocorreu na Itália. Inesperada e surpreendentemente não tive dificuldades em falar o italiano. Talvez porque existe outro lado da minha personalidade que eventualmente contradiz tudo o que disse acima: quando me interesso por alguma coisa enfrento qualquer obstáculo e o enfrento com serenidade.
É que como tanta gente, apaixonei-me pelo idioma. Sua sonoridade, ternura e uma harmonia sem igual me fascinaram. Nunca fui de notar estas particularidades em língua nenhuma, porém como necessariamente deveria me comunicar nos meses seguinte desta forma não havia como não perceber.
E um detalhe me comoveu: a origem e suas nuances. Assim como o guarani é a única língua da América latina que se preservou de fato depois da colonização, o italiano como hoje o conhecemos tem uma história fantástica e fascinante. E uma íntima relação como Florença, onde vivi. Há bastante tempo a Europa possuía uma coleção de dialetos originários do latim que mais tarde se estabeleceram como italiano, português, espanhol e francês. Contudo, uma diferença entre o italiano e as demais é fundamental reconhecer. Enquanto aquelas se impuseram em função do poder político e econômico já que o espanhol é claramente o madrilenho, o português é o que era o lisboeta e o francês atual é fruto da evolução do parisiense medieval, o italiano não. Na verdade até meados do século XIX a Itália sequer era um país é sim uma sucessão de cidades-estado que se digladiavam o tempo todo controladas por príncipes (que geraram pérolas como a grande obra de Maquiavel) ou outras potencias européias. E até hoje os dialetos das diferentes regiões são utilizados quando se deve ocultar algo de alguém próximo. Sei bem o que é isso já que lá muitas vezes me vi boquiaberto por não entender nada do que se falava a minha volta. Voltando ao italiano, ele é fruto da insistência de um grupo de intelectuais do século XVI que achavam um absurdo não haver uma língua comum ainda que só na forma escrita e que fosse acessível a todos. E foi este grupo que produziu algo inédito ao escolher o mais bonito dos dialetos e o batizou de ITALIANO. E o encontraram na obra de Dante divulgada dois séculos antes. Isto é: o que eles decidiram é que o que seria considerada a língua italiana foi a linguagem pessoal do grande poeta. Logo Dante que havia surpreendido o mundo ao escrever não em latim, como era normal, e sim naquilo que acreditava ser o verdadeiro dialeto florentino falado nas ruas, inclusive Boccaccio e Petrarca, seus contemporâneos. Como podemos ver o italiano não nasceu dos dialetos romanista ou veneziano e sim da linguagem dantesca. Poético como ele só, pois nasceu de um dos maiores poetas da civilização ocidental.
Em tempo: paúra é o que entendemos por medo.        

Comprar um ídolo???

Agora, 17 de fevereiro de 2011
Sócrates
Comprar um ídolo????

Li não sei onde que o Corinthians pensa em contratar um ídolo. Não importa a fonte seja ela o jornalista ou a direção corintiana, mas quem quer que seja está redondamente enganado sobre esta relação para lá de diferente entre um público e uma “estrela’. Um ídolo assim como um líder não se contrata, empresta ou compra. Um ídolo como um líder é uma escolha única e exclusiva de um determinado público e não fruto de um processo ideológico. É uma conquista para poucos, não fruto de um investimento específico de uma empresa ou instituição. É necessário que este indivíduo represente este povo, responda por ele e por suas pretensões. Acabamos de acompanhar a debandada de alguns pretensos líderes de um grande clube paulista e este tipo de atitude não é  compatível com o papel de ídolo ou de líder. Quem se coloca nesta posição ou para ela é escolhido tem que saber que a responsabilidade é imensa e fraqueza nela não se encaixa. É fundamental uma relação de confiança, de respeito e representatividade plena. É necessária uma postura de ponta, estar à frente do time em toda e qualquer dificuldade, é colocar a decepção no seu devido lugar e utilizá-la como motor para renascimentos e reconstruções. É ser porta voz da equipe que comanda, é estar pronto a bater o pênalti no último minuto e colocar o tórax para defender os demais quando necessário. É ser diferente de qualquer outro mortal. É ser humano na plena expressão da palavra.